A gagueira pode ocorrer em diversas fases, sempre sendo marcada pela idade que se iniciou até a idade adulta. Em cada fase as características mudam e trazem consigo as conseqüências. Quando o objetivo é aprimorar a fluência, a percepção inicial é a de que o trabalho fonoaudiológico com adultos é menos promissor do que o efetuado com as crianças.
Isto em geral é um fato e temos várias razões para tal. O adulto que gagueja, obviamente já passou da fase de remissão espontânea, ou seja, já não tem em mãos a possibilidade de deixar de gaguejar devido a uma recuperação natural. Além disto, toda uma existência de comunicação com fala rompida, já criou automatismos mais rígidos e mais difíceis de serem modificados.
Os sintomas mais comuns de serem observados, tanto auditivos quanto visuais, são: a repetição de fonemas ou sílabas, prolongamento de sons, bloqueios, pausas silenciosas, inserção de sons estranhos a fala, falta de sincronização entre a respiração e fonação e alteração no ritmo da fala.
Na idade adulta a característica mais presente é que há antecipação da gagueira: o medo de algumas palavras, de certos fonemas (os quais o gago já sabe que predomina a gagueira) e de principalmente de situações sociais. Gaguejar se torna muito visível aos olhos do interlocutor e passa a ser difícil controlar a ansiedade e nervosismo para falar.
O gago adulto encontra, na maioria das vezes, dificuldades para encarar situações sociais e profissionais como falar em público ou para uma platéia, mesmo quando as pessoas são conhecidas e o assunto é dominado por ele.
A terapia fonoaudiológica, não sendo mágica e nem se propondo a isto, é um caminho de descobertas pessoais que, muitas vezes, extrapola em muito a fala propriamente dita, descobrindo como é o processo de comunicação, como lidar com os mecanismos de fala de um modo mais efetivo e como se fortalecer para estar inteiro, resgatando, usufruindo e deixando transparecer seu valor pessoal.
Bibliografia:
Jakubovicz, R. Gagueira. 2009. Ed. Revinter.
Fonoaudióloga Tanise Cristaldo - CRFa RS 9465.
0 comentários
Postar um comentário