sábado, 18 de abril de 2015

TÉRMINO DE TRATAMENTO EM PSICOTERAPIA INFANTIL
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QUANDO PODEMOS DAR O TRATAMENTO DE UMA CRIANÇA POR ENCERRADO?

O desaparecimento de sintomas, adaptação familiar, escolar ou social, são critérios insuficientes para dar uma psicoterapia infantil por concluída.

Os critérios para alta devem estar relacionados com o alcance da restituição a criança de uma etapa de desenvolvimento normal e a adaptação da criança à vida externa. No inicio de um tratamento deve-se estabelecer objetivos realistas, considerando-se os fatores internos da criança, suas limitações da realidade externa, o tipo de família que está exposta. Estes fatores são importantes, para que não se criem expectativas que possam deixar sensação no final de que o terapeuta não fez o que seria possível, ou que a terapia tenha terminado precocemente.

Antes da decisão sobre a alta, deve-se considerar se o tratamento fez tudo que seria possível e se foi alcançado pelo paciente.

A separação terapeuta-paciente faz ressurgir o luto e a culpa, porém se os sentimentos persecutórios ficarem reduzidos, sendo o paciente capaz de manejar a dor, a perda e a separação causada pelo final do tratamento, então assim, nesta etapa ele estará capacitado, a lidar com seus problemas numa relação mais segura com o mundo externo. Em fase final de tratamento, a criança manifesta progresso nos seus interesses lúdicos, no uso adequado de material e brinquedos, com maior expressão verbal para comunicar sentimentos e desejos, e com melhor capacidade de enfrentar a realidade. Estando a criança mais livre, fica ampliada a capacidade de transpor fantasias nos jogos enriquecendo- os conectados com a realidade.

Independente da idade da criança na psicoterapia não pode ser esperado concluído, enquanto a criança não empregar toda a sua capacidade de falar.

Os critérios de terminação são deduções aproximadas e incertas e todo o terapeuta tem duvidas quanto ao futuro. De qualquer forma, ha um momento entre terapeuta, criança e pais, concordam com a finalização da terapia. Mas existem algumas normas quando da decisão de finalizar um tratamento. Todo o terapeuta possui um conjunto particular de critérios, embasado no aporte teórico que utiliza, na experiência profissional e na sua síntese individual que são resultados da sua formação e de seu tratamento pessoal.

CONJUNTO DE CRITÉRIOS PARA O TÉRMINO DA PSICOTERAPIA INFANTIL:

Examinar o ajustamento da criança em relação consigo mesmo, com os outros, com o terapeuta e com coisas e ideias.

1. Relação Consigo Mesma: ao final de uma psicoterapia, encontramos a criança com progressos na integração de suas tendências agressivas e amorosas, o funcionamento egóico e sua adaptação a realidade.

Seu ego é capaz na sua própria capacidade. A diminuição no uso de mecanismos de defesa mais primitivos. Demonstra auto conhecimento sendo competente para reconhecer suas qualidades e limitações. Aceita a competição, ao mesmo tempo que deseja vencer, admite perdas e consegue aprender com elas. Diminui a rigidez. Há mais equilíbrio entre a percepção dos pais reais e dos pais internalizados.

Com a diminuição da angustia a criança é capaz de reconhecer seus impulsos como provenientes de si mesma, bem como remaneja-los e canaliza-los sem excessiva ansiedade.

2. Relação com os Outros: Ao se encerrar um psicoterapia, é na relação com os outros, especialmente na família e na escola, que se verificam mudanças mais significativas do paciente, "se o tratamento foi bem sucedido, não só a vida da criança se modifica, mas também a das pessoas que com ela convivem".

Na família a fortalecimento nas relações com os pais reais, não idealizados, com menos dependência e hostilidade.

A adaptação escolar e social é modificada. As amizades se ampliam aumentando o companheirismo e satisfação nas atividades globais.

3. Relações com o Terapeuta: No tratamento com crianças o relacionamento transferencial e o real fazem parte de um todo e estão interlaçados. existe um relacionamento real entre terapeuta e criança e uma distorção desta relação, colorida pela transferência.

No final de uma psicoterapia, a criança tende a elaborar a dupla perda: do seu objeto transferencial e do objeto real.

Se as intervenções e interpretações do terapeuta tiverem sido entendidos e elaborados, se dá a resolução dos elos transferenciais , o que implica o desfazer conflitos internos vivenciados na relação terapeuta, em função das interpretações.

4. Relações com coisas e ideias: Ao final de um tratamento, a criança expande suas capacidades de brincar com menos ansiedade, manifestando estável interesse por jogos e atividades.

Os ciúmes e a competitividade diminuem. Apresenta maiores possibilidades de participar socialmente.

Maria Adelaide Reis
Psicóloga Clínica


Categoria:
Jaqueline Moretto Fonoaudióloga CRFa 7299 RS-Especialista em Audiologia-Doutoranda em Ciencias Biomédicas

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