O bico, os paninhos, ursinhos de estimação conhecidos como
maninhos, possuem uma função muito importante. Na verdade são como “âncoras
emocionais”, e que dão segurança às crianças.
Esses objetos, são chamados pelos psicólogos como “objetos
transicionais”.
Ajudam as crianças a aceitarem o fato de independência da mãe.
O brinquedo de estimação é a primeira coisa que a criança percebe que lhe pertence,
É uma ponte entre ela e o resto do mundo. Até por volta do terceiro mês, o bebê
é totalmente egocêntrico: acredita que a mãe faz parte dele, como uma espécie
de apêndice que está ali para suprir suas necessidades. Se ela demora a
mamadeira por exemplo, isso é muito natural, a criança vai se dando conta que
não basta chorar para ter o alimento. Como guarda na memória experiências agradáveis
de atenção e carinho, aceita esperar um alívio temporário. Com o tempo descobre
outros objetos com a mesma função (suportar a ausência da mãe).
CERTEZA DE BONS SONHOS
A capacidade de transferir o sentimento de segurança
transmitido pelos pais para um objeto fora dessa relação é um estágio
importante no desenvolvimento infantil. Quando a criança dorme com um objeto de
estimação e o encontra ao acordar, percebe que nem tudo que sai de seu campo
visual desaparece para sempre. Assim a mãe pode sair, mas volta. A criança
consegue entender que, embora se ausente temporariamente, a mãe existe.
As crianças em geral, procuram em bichinhos de estimação,
quando estão cansadas, para o ritual do ir para a cama. As boas que eles
provocam serão a garantia de um sono tranquilo.
Não precisa haver preocupação se o filho anda com um
cobertorzinho sujo para cima e para baixo. Isso não significa carência afetiva,
falta de amor ou insegurança. É a forma que a criança encontrou de administrar
a própria ansiedade, especialmente quando está longe dos pais.
O apego a um objeto só é preocupante se se tornar obsessivo,
se a criança for incapaz de se separar da mãe para ir à escola, por exemplo, se
ficar agarrada ao seu paninho sem se relacionar com outras crianças, deverá
receber uma atenção especial.
O apego ao objeto, fora de hora, é um sintoma de que alguma
coisa não vai bem.O fim do objeto transicional ocorre justamente quando a
criança vai para escola sem a mãe ou o objeto que a representa. “É porque ela
já não precisa mais disso: está segura”.
Maria Adelaide Reis
Psicóloga Clínica
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