Um desgaste profissional ou um problema do indivíduo.
O termo Síndrome de Burnout tem seu significado em português como “perder energia”. É uma síndrome através da qual o trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho, de forma que as coisas já não importam mais e qualquer esforço lhe parece inútil. Embora a experiência de Burnout tenha alguma relação com sentimento de insatisfação e depressão, eles não são sinônimos. Alguns sintomas são os mesmos, porém a diferença é que o indivíduo pode estar com Burnout em uma esfera de sua vida e funcionar bem em outras, já na depressão clássica os sintomas se manifestam em todas as situações de vida.
Ao falarmos de Burnout, referimo-nos a três fatores que podem parecer associados, mas que são independentes: despersonalização, exaustão emocional e baixo envolvimento no trabalho. A exaustão emocional é entendida como a carência de energia, e um sentimento de esgotamento emocional, a despersonalização caracteriza-se por tratar colegas e a organização como objetos e a diminuição da realização pessoal no trabalho, por uma tendência do trabalhador se auto avaliar de forma negativa.
Os sintomas de Burnout são divididos ainda em quatro categorias: físicas (fadiga constante, dores no pescoço, ombros e dorso, problemas gastrintestinais, perda de apetite e emagrecimento), psíquicas (dificuldade de concentração e redução da capacidade de tomar decisões), emocionais e distúrbios de comportamento (tendência ao isolamento).
Estudos demonstram que o Burnout apresenta um alto índice em profissionais da área de saúde e educadores, sendo estes os mais suscetíveis. A suscetibilidade de estresse encontrada nos professores deve-se a uma série de mudanças que este vem sofrendo em sua vida profissional como: falta de segurança, burocracia, salários inadequados e outros.
Em relação aos profissionais da saúde, ou seja, profissionais que mantêm contato direto e constante com outras pessoas, são afetados por este tipo de síndrome, pois possuem uma filosofia humanística em seu trabalho. Defronta-se com um sistema de saúde geralmente desumanizado e despersonalizado, ao qual têm que se adaptar.
Normalmente as pessoas referem-se ao Burnout como um estado emocional vinculado ao trabalho, considerando número de horas de trabalho. Busca reorganizar-se e atribui a si solução do que sente. Buscam desta forma, atividades extras a fim de aliviar os sintomas físicos e emocionais resultantes do estresse, porém esta atitude é errônea, pois o indivíduo pensa ser ele o único responsável pela solução. E após muitas tentativas de solução, surge o Burnout.
Vale ainda ressaltar que a pessoa que apresenta fadiga ou sobrecarga de tarefas não pode ser considerada portadora de Burnout se a situação não estiver acompanhada de sentimento de incompetência ou diminuição de produtividade.
Assim, é necessário que se tome medidas no sentido de promover a satisfação na produtividade e redução do estresse considerando assim a prestação de melhora no trabalho.
Maria Adelaide Reis
Psicóloga Clínica
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