Um desgaste profissional
ou um problema do indivíduo!
O
termo Síndrome de Burnout tem seu significado em português como “perder
energia”. É uma síndrome através da qual o trabalhador perde o sentido da sua
relação com o trabalho, de forma que as coisas já não importam mais e qualquer
esforço lhe parece inútil. Embora a experiência de Burnout tenha alguma relação
com sentimento de insatisfação e depressão, eles não são sinônimos. Alguns
sintomas são os mesmos, porém a diferença é que o indivíduo pode estar com
Burnout em uma esfera de sua vida e funcionar bem em outras, já na depressão
clássica os sintomas se manifestam em todas as situações de vida.
Ao falarmos de Burnout,
referimo-nos a três fatores que podem parecer associados, mas que são
independentes: despersonalização, exaustão emocional e baixo envolvimento no
trabalho. A exaustão emocional é entendida como a carência de energia, e um
sentimento de esgotamento emocional, a despersonalização caracteriza-se por
tratar colegas e a organização como objetos e a diminuição da realização
pessoal no trabalho, por uma tendência do trabalhador se auto avaliar de forma
negativa. Os sintomas de Burnout são divididos ainda em quatro categorias:
físicas (fadiga constante, dores no pescoço, ombros e dorso, problemas
gastrintestinais, perda de apetite e emagrecimento), psíquicas (dificuldade de
concentração e redução da capacidade de tomar decisões), emocionais e
distúrbios de comportamento (tendência ao isolamento).
Estudos demonstram que o
Burnout apresenta um alto índice em profissionais da área de saúde e
educadores, sendo estes os mais suscetíveis. A suscetibilidade de estresse
encontrada nos professores deve-se a uma série de mudanças que este vem
sofrendo em sua vida profissional como: falta de segurança, burocracia,
salários inadequados e outros.
Em
relação aos profissionais da saúde, ou seja, profissionais que mantêm contato
direto e constante com outras pessoas, são afetados por este tipo de síndrome,
pois possuem uma filosofia humanística em seu trabalho. Defronta-se com um
sistema de saúde geralmente desumanizado e despersonalizado, ao qual têm que se
adaptar.
Normalmente
as pessoas referem-se ao Burnout como um estado emocional vinculado ao
trabalho, considerando número de horas de trabalho. Busca reorganizar-se e
atribui a si solução do que sente. Buscam desta forma, atividades extras a fim
de aliviar os sintomas físicos e emocionais resultantes do estresse, porém esta
atitude é errônea, pois o indivíduo pensa ser ele o único responsável
pela solução. E após muitas tentativas de solução, surge o Burnout.
Vale ainda ressaltar que a
pessoa que apresenta fadiga ou sobrecarga de tarefas não pode ser considerada
portadora de Burnout se a situação não estiver acompanhada de sentimento de
incompetência ou diminuição de produtividade.
Assim,
é necessário que se tome medidas no sentido de promover a satisfação na
produtividade e redução do estresse considerando assim a prestação
de melhora no trabalho.
Maria Adelaide Reis -
Psicóloga Clínica
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