Ao longo da carreia como
fonoaudióloga clínica, recebemos muitos pais que tentam proteger seus filhos de
todas as dificuldades do caminho.
Observamos pais que fazem as
tarefas escolares do filho, pais que não permitem que o filho corra para que
ele não caia, pais que ofertam comida na boca de crianças grandinhas mesmo que
eles não tenham qualquer impedimento motor para a tarefa.
Pensem conosco: se os pais
falam por mim...eu não falo; se os pais fazem por mim...eu não faço; se
meus pais entregam tudo aquilo o que eu preciso em minhas mãos...eu não busco.
Propiciar ao filho a oportunidade
e a condição interna de vencer as pequenas dificuldades diárias é importante
para que os filhos adquiram confiança em si mesmos e recursos estruturais para
se desenvolver.
A comunicação é inerente ao ser
humano. A fala é uma habilidade complexa do ser humano que serve
principalmente para a interação entre nós e os outros. Para que haja a fala é
necessário que a estrutura corporal esteja apta para tal e que haja a chamada
situação dialógica - o falante precisa de interlocução, de pessoas que o
escutem e que falem com ele.
Se os pais não conversam com seu
bebê, já partem para a ação sem que a criança peça nada e adivinham todas as
necessidades de seu filho, não há espaço para a fala e, assim, não há lugar
para o falante.
Entregar tudo nas mãos das
crianças, até mesmo as palavras, não os ajuda.
A entrega total que se espera na
paternidade e na maternidade é de outra ordem: que pais e filhos entreguem-se
em amor para uma comunicação plena.
Fonoaudióloga Cassandra Cunha
Fonoaudióloga Jaqueline
Moretto
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