sexta-feira, 18 de abril de 2014

Jogo do Fort Dá - Fase do Estranhamento
Unknownsexta-feira, abril 18, 2014 0 comentários


É também conhecido como jogo do carretel.
A filha de Freud, precisando ausentar-se de casa por um curto período, pediu ao pai para cuidar do neto pequeno. Freud observou que o menino não chorou e que passou a brincar jogando um carretel, preso a um fio, de dentro do berço para fora, de modo que o carretel desaparecia sob  a cama. Repetia esse jogo inúmeras vezes. Quando jogava fora conseguia articular um som: ó...ó...ó, e quando puxava o fio e recuperava o carretel dizia: dá...dá...dá com expressão de alegria. Freud intitulou como FORT - palavra alemã que significa "fora", "ir embora" e DÁ que significa aqui, e percebeu que o menino tratava de simbolizar a mãe por meio do brinquedo, expressando sua saída (fort) e a felicidade de seu retorno (dá). 
Fonte: Revista Psique, número 40.
Segundo Larissa Pereira, psicóloga, essa história descrita na revista, nos remete a teoria de Winnicot. Segundo o autor, a criança no seu desenvolvimento passa por três pontos de maturação que envolve o contato com o meio sendo eles: 1 - dentro e fora; 2 - interno e externo; 3 - eu e o outro. No relato, vemos que para a criança entender que a mãe segue existindo, mesmo não estando no seu campo de visão, ela precisa desenvolver a noção que existe o outro (nesse caso a mãe).
Ao usar “Fort Dá” a criança elabora a ausência da figura materna.
A Fonoaudióloga Jaqueline Moretto dos Santos ressalta que é muito importante que o bebê compreenda que a mãe vai e depois volta.
Para elaborar esse afastamento, joga os brinquedos e espera que este retorne. Algumas brincadeira práticas podem auxiliar nesta fase: brincar de esconde-esconde, chamar o bebê de “longe” e aparecer e brincar com o bebê na frente do espelho.
O adulto deve devolver o brinquedo que o bebê joga, ou estimular o gatinhar até o brinquedo. Deixar o bebê em um cômodo da casa diferente do que o adulto está e continuar conversando, para que este possa entenda que o outro existe, mesmo que não esteja vendo.
É uma fase de muito bonita no desenvolvimento infantil, contribuindo na construção do conhecimento do próprio corpo e na construção da linguagem.
Muitos bebês, nesta fase, passam a “estranhar” pessoas que não são do seu convívio diário, apresentando choro e recusando colo. Preferem o colo de pessoas de grande convívio (mãe, pai, avós). Nesta fase, o bebê pode resistir ao afastamento materno, e algumas mães referem dificuldades em se afastar do bebê, seja para atividades rotineiras ou para retorno ao trabalho.
Um afastamento lúdico saudável, através de brincadeiras, faz com essa fase passe (como todas) com menos sofrimento para todos os membros da família, principalmente para o  Bebê e para a mamãe.
Fono dica:
Brincar de esconde-esconde.
Chamar de longe e aparecer.

Categoria:
Jaqueline Moretto Fonoaudióloga CRFa 7299 RS-Especialista em Audiologia-Doutoranda em Ciencias Biomédicas

0 comentários

Postar um comentário