domingo, 27 de julho de 2014

Uso da Tecnologia na Fonoaudiologia
Unknowndomingo, julho 27, 2014 0 comentários


Na Fonoaudiologia a tecnologia começou a ser utilizada no início dos anos 80, como ferramenta importante nas terapias e no processo educacional. Atualmente, existem disponíveis para as áreas da fonoaudiologia os mais variados tipos de tecnologias, servindo para auxiliar e complementar a atuação fonoaudiológica (Pereira et al, 2012), abrangendo atividades que vão desde a anamnese até as terapias (Lima, 2006), facilitando a organização de processos mentais e estimula a participação do paciente em diferentes oportunidades de aprendizagem, favorecendo o desenvolvimento de aspectos perceptivos e cognitivos, da criatividade e de aspectos emocionais (Foz et al, 1998).
Dentro das tecnologias desenvolvidas, os softwares específicos são uma boa forma de inovar a fonoterapia, sendo estes utilizados como complemento à forma terapêutica padrão (Pereira et al, 2012), possibilitando a construção do conhecimento por meio de interação, propiciando uma abordagem terapêutica diferenciada e individualizada para os pacientes (Martins et al, 2008), pois o fato de poder dominar o computador, com todo significado e valor intrínseco a essa atividade, pode desenvolver no sujeito sua auto-estima e melhorar o autoconhecimento (Berberian et al, 2002).
Na área da linguagem a aplicabilidade de recursos que contribuem para diversificar as possibilidades de intervenção torna-se necessário, uma vez que as terapêuticas visam a estimulação global de todas as funções mentais e sensoriais com o intuito de estimular as funções linguísticas (Motta, 2001). Assim, é possível encontrar muitos softwares que podem ser aplicados na fonoterapia, que atuam na aquisição, treinamento e automatização dos fonemas, aprimoram a percepção auditiva e aperfeiçoamento de funções neurocognitivas, como atenção, percepção, memória e funções executivas. Devido abrangência da área, com atuação do recém-nascido ao idoso, as possibilidades de adaptações da terapia devem ser conduzidas conforme o perfil cognitivo e comportamental do paciente, para despertar maior interesse e contribuir positivamente no processo terapêutico.
O uso da tecnologia na área de audiologia aplica-se desde a execução de exames até a adaptação de auxiliares de audição (Berberian et al, 2002), como nos casos de adaptação em aparelhos auditivos, sendo a utilização de interfaces computacionais necessárias para intervenção do profissional. No mercado, os recursos computacionais disponíveis podem ser aplicados para armazenamento/gerenciamento das informações dos pacientes; execuções de exames audiológicos, como audiometrias ocupacionais e/ou completas; desenvolver as habilidades auditivas, como figura-fundo, fechamento, análise e síntese binaural, percepção de padrões acústicos, memória auditiva e consciência fonológica.
Na área de motricidade orofacial, os recursos computacionais desenvolvidos focam na avaliação e reabilitação das alterações músculo-esquelética, fornecendo maior cientificidade dos dados coletados. Desta forma, esta área de estudo vem utilizando, principalmente para fins de diagnósticos, meios que auxiliem a avaliação objetiva de suas mensurações, sendo a interface digital o principal recurso utilizado (Pernambuco et al, 2010). Os instrumentos tecnológicos terapêuticos encontrados nesse meio de pesquisa possibilitam executar uma diversidade de exercícios fonoaudiológicos, registros em vídeos, criação de protocolos de pesquisa na motricidade orofacial, entre outros. Assim, esses recursos disponíveis objetivam auxiliar na avaliação e na terapia de pacientes com alteração na motricidade orofacial, como alterações ortodônticas, respiração oral, distúrbios de fala, afasia, disfagia e gagueira.
Na área de voz, os recursos tecnológicos podem relacionar-se com a busca de dados mais fidedignos da avaliação dos pacientes (Carrillo et al, 2007), possibilitando observar as características de uma produção vocal com auxílio de gráficos de análise espectrográfica acústica, tornando a avaliação mais objetiva e, desta forma, possibilitando tomadas de decisão a respeito das intervenções a serem executadas pelo profissional (Santos, 2012). Além do uso de tecnologias com o intuito da estimulação, condicionamento e treinamento da voz e fala de crianças, adolescentes e adultos, aprimorando a produção e controle de diversos parâmetros vocais, como frequência, intensidade e o tempo máximo de fonação.
O uso da tecnologia na atuação fonoaudiológica torna-se um estímulo para que o indivíduo cumpra o programa de terapia (Silva at al, 2012), tornando-se um grande aliado para o profissional na sua rotina com o paciente, porém, é importante lembrar que a solução dos problemas fonoaudiológicos não está nas tecnologias da informação, mas sim na maneira como os terapeutas elaboram esta estimulação contando com o uso do computador (Crivelaro, 2004). Portanto, é necessário escolher corretamente o recurso tecnológico que melhor atuará no processo de reabilitação e aprendizagem do paciente, proporcionando uma interação motivadora, analisando o conteúdo adequado ao indivíduo e a dificuldade que ele encontra. 

Assim, a tecnologia pode ser um meio de aprimorar o trabalho do fonoaudiólogo, contribuindo com o processo terapêutico, baseando-se em uma prática diferenciada da convencional.

Geane Grapiglia Ferreira
CRFa 9828 
Categoria:
Jaqueline Moretto Fonoaudióloga CRFa 7299 RS-Especialista em Audiologia-Doutoranda em Ciencias Biomédicas

0 comentários

Postar um comentário